Eduardo Guimarães

quinta-feira, março 16, 2006


E, assim, violentas a masmorra,
O teto de tua prisão confinante,
O brado atentatório do escárnio corrupto,
Sobrevindo a ti o grito célere e inebriante.

Pois que és agora negro como a sombra,
Procedente dos teus olhos impávidos,
Retira-te da untada opressiva,
Faz-te de robustez, torna-te sereno e cálido!

Levanta o esmero dos dias,
Reivindica em liberdade as formações frondosas,
Ara com tuas mãos o chão de tua vida,
Consubstancia a quebra destas rochas misteriosas.

Pois que de reinante amargura,
Reduz o insolente, tornado escravo,
Não te enriquece, debalde, vorazmente,
Já que levas contigo o fio da luta!