Eduardo Guimarães

quinta-feira, março 16, 2006

A vós!



Pés unidos, mãos que tocam os lábios,
A oração que brota do peito tremulante,
Luzes do alvorecer refletem nos orvalhos,
Que se aproximem, pois, os termos iniciantes!

Fulgor almejado, qual bênção dos céus,
Lágrima única, a nascer da órbita funda,
Desbrava incessante o rosto anfitrião,
Num rastro plangente e efêmero redunda.

Pois que a vida, trata-se de uma moldura,
Pois que a vida, encobre-se no véu dos sonhos,
Deixar-lhe-ia sobrepor a realidade bruta,
Pincelada consoante os desejos dos seres?

Os pés desgarram-se, coagidos,
Pela volição à vista da manhã,
Cujas faces externam-se como forma de castigo,
Maltratam àqueles a quem abandonou a ambição.

Que haveríeis de entender do todo?
Não suportais o mistério de abraços incontidos,
Quereis abster-se do que lhes sois desconhecidos,
Acomete a vós, debalde, a própria cessação.

E, aos pés, não há de ser mais fácil,
A resignação interminável da prostração ao solo?
Às mãos, untadas pelo suor da fé,
Não lhes é mais cômoda a posição enraizada?

Quem sois, em vos faltar o respeito mútuo,
Dizei-vos toleráveis e dignos dos portões,
Dizei-vos conscientes, herdeiros, amorosos,
Porém, não consigais praticar,
As claras regras outrora, a vós, ofertadas.

A vós, melhor a fala desnuda de senso.
A vós, melhor a permanência material,
A vós, melhor o evasivo cântico dos interesses,
A vós, a luta armada!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Esta é uma de minhas prediletas! ^^
Muito linda,Aniki!
Ce sabe que...... bom,ce já sabe....
Amo vc...!

7:15 PM, março 30, 2006  

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