O Trajeto
Evaporem-se as perdas doentias sentidas pelo ser,
Estático, cujos demônios superam-no em decência,
Eis a maneira ardil, irrequieta e calada de viver!
Soem os trompetes! Avante à permanência!
Afofam os pés da mente outrora cruel e corajosa,
A lama dos jardins floridos, nauseante e pegajosa,
Cujo adubo, consolo do mal, do escárnio,
Os cães produzem com a podridão de suas vísceras!
Oh, ser agonizante de mãos atadas à própria cruz,
És mais lendário que uma brisa suave,
Dum deserto corruptor, filho da poeira que o produz.
Atina-se em sua jornada viril e pecaminosa,
Guarde, com anseio, a sua ação mais vibrante e honrosa,
A ação fugitiva dos sulcos assassínios d’alma!
1 Comments:
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor."
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