Eduardo Guimarães

sábado, julho 22, 2006

Postagem final

Oi!
Venho aqui apenas para anunciar o último post do blog! Quero agradecer também a quem, de qualquer forma, contribuiu, ou a quem comentou, ou a quem apenas aqui veio. Isso foi criado por causa da mente que não parava quieta, e também por causa do tédio. Porém, perdeu a graça! Bem... obrigado, então!
Último texto:
Já ouvi algumas pessoas tentando conceituar "feitos bravios", assim dizendo, certas atitudes que as tornam "aventureiras", ou "corajosas", ou "destemidas", ou qualquer outra forma de definição. E que, pela pesquisa, vi que isso se dá quando elas enfrentam algum tipo de embate, de difícil escapatória. Na guerra, por exemplo; da luta pela ascensão na vida, da pobreza à riqueza; vencer uma doença... Mas creio, em opinião própria, que o pior embate se dá quando a pessoa luta consigo mesma, porque, diferentemente dos outros, essa mesma pessoa, ao tentar escapar de tal luta, estará fugindo dela mesma, e não de algo externo; ou, então, se tentar revidar, vai estar lacerando a própria carne... Neste embate, sim, tudo se põe à prova!
Tchau! Obrigado, mais uma vez!

terça-feira, julho 04, 2006

O Perdão

Sem mais razões, abro-te meu coração,
Para te conceder mil perdões,
Cujos impulsos meu corpo clama e venera,
Torna em brisa mansa semelhante torvação.

Apraz-me os ensejos de tal caminho,
Pleno em encantos indestrutíveis,
Pois que consigo trilhá-lo sozinho,
Sem a necessidade dos conselhos inaudíveis.

Faz brotar a semente da perpetuidade,
Ainda que esta seja efêmera.
Desculpai-me tal franqueza paradoxal,
Mas esta, sim, é uma sublime verdade!

E esta via de rios inseguros, porém navegáveis,
Corrói a alma daquele que, com seu barco,
Triste e profundo percorre, aflito,
Uma ida sem volta contra a correnteza.

A Serenidade

Que seria a serenidade, assente ao trono real,
Senão a própria sabedoria encampada nas rugas,
Terríveis, despóticas, dobradiças e desencantadas,
Do rosto encolhido e turvo de quem, impiedosamente,
Ultrapassou, utilizando-se da nau ferrenha e absoluta,
As ondas ferozes e retilíneas do mar da vida?

Traz a ti esta serenidade o ardor do abrir dos olhos,
Cujas pálpebras aliviaram a tensão provocada,
Pelo fulgor estonteante dos raios de sol?

Está a serenidade reinante, tal como a um deus de pagãos,
Numa cadeira velha, encurvada e vacilante,
Cujas pernas confundem-se com as do seu senhor,
Cujo balançar contínuo e melancólico,
Acalenta as lágrimas perdidas dos olhos,
Dispostos a fechar-se por completo?

Revela a ti mesmo a necessidade de manter-te,
Sob o brilho da luz perversa do tempo,
E procura nesta obra o teu próprio passatempo.

A serenidade surge aparentando honradez e reflexão,
Ou esconde a sua verdadeira face monstruosa,
Nas profundezas dos sulcos do rosto anfitrião?
Espera ela com a calma de quem se põe prostrado,
Diante do espelho vital, repassado e malgrado,
Através do qual se vê o espectro distorcido e resguardado?

Desvenda os mistérios dessa deusa dos mártires incólumes,
Heróis desbravadores, a labutar com a serenidade permanente,
Obtida graças às volições prolongadas e valentes!

O Trajeto

Evaporem-se as perdas doentias sentidas pelo ser,
Estático, cujos demônios superam-no em decência,
Eis a maneira ardil, irrequieta e calada de viver!
Soem os trompetes! Avante à permanência!

Afofam os pés da mente outrora cruel e corajosa,
A lama dos jardins floridos, nauseante e pegajosa,
Cujo adubo, consolo do mal, do escárnio,
Os cães produzem com a podridão de suas vísceras!

Oh, ser agonizante de mãos atadas à própria cruz,
És mais lendário que uma brisa suave,
Dum deserto corruptor, filho da poeira que o produz.

Atina-se em sua jornada viril e pecaminosa,
Guarde, com anseio, a sua ação mais vibrante e honrosa,
A ação fugitiva dos sulcos assassínios d’alma!