J. Brahms - Danças Húngaras
Dedicar-se-ão algumas linhas ao músico alemão, nascido em Hamburgo (1833). Recebeu a primeira instrução musical do seu pai, intérprete de violino, violoncelo e trompa. Estudou posteriormente composição com Marxsen e piano (instrumento que chega a dominar brilhantemente) com Cossel. Em 1857 obteve um cargo de pianista e diretor de coro na corte de Detmold. Em 1863 transferiu-se para Viena, onde não conseguiu obter nenhum lugar com remuneração, pelo que se instala como intérprete e compositor livre. Em 1868 obteve um êxito clamoroso com o seu Requiem Alemão, composição soberba e comovedora que revela um grande maestro. Manteve relações amistosas com Joachim H. von Bülow e, especialmente, com Schumann e a sua mulher, Clara.
A influência de Beethoven sobre Brahms é direta e patente, sobretudo nos quartetos de corda e na primeira sinfonia, não pode dizer-se que a obra deste último é uma continuação da daquele. Melhor dizendo, Brahms representa uma reação pós-romântica que regressa às raízes do Renascimento e do Barroco. Os seus modelos são preferentemente Bach, Haendel e os polifonistas do século xvi. As composições de Brahms, que aos seus contemporâneos podem parecer reacionárias, apresentam uma surpreendente harmonia entre o classicismo da forma e o "pathos" romântico.
No seu trabalho como compositor cabe distinguir três tonalidades diferentes. A primeira é uma vertente intimista, particularmente transparente na música para piano e nos "lieder". A segunda tonalidade é o popular, presente também em certos "lieder", nas danças húngaras, nos scherzi das sinfonias, etc. E a terceira é o regresso à tradição luterana que se aprecia no Requiem Alemão, nas obras para coro e orquestra e outras. Em linhas gerais, a música de Brahms caracteriza-se pelo seu carácter melancólico, pela tensão concentrada, pela aspereza e obscuridade do colorido, pelos ritmos sincopados e pela extraordinária riqueza temática. Nas suas obras para orquestra há uma mistura perturbadora de tensão contida e de paixão exaltante, de severidade clássica e de fugazes momentos de fervor lírico. Todos estes elementos ficam enquadrados por um sentido da forma que nem sempre se percebe nas primeiras audições.
Brahms cultiva, com exceção da ópera (o fenómeno teatral é-lhe sempre alheio), absolutamente todos os géneros musicais. Entre as suas obras para orquestra destacam-se as quatro Sinfonias, Variações sobre Um Tema de Haydn, Concerto para Violino, Duplo Concerto para Violino e Violoncelo, etc. Obras para orquestra e coro são o Requiem Alemão, Rinaldo e O Canto das Parcas (estas duas últimas obras com texto de Goethe), Canção do Destino (com texto de Hölderlin), Nanie (com texto de Schiller), etc. No campo da música de câmara sobressaem os dois Sextetos de Corda, quatro Quintetos (entre eles, um para piano e outro para clarinete), três Quartetos de Corda, três Quartetos para Piano, quatro Trios para Piano, duas Sonatas para Violoncelo, três Sonatas para Violino e duas Sonatas para Clarinete. Finalmente, entre as composições para piano há que citar três Sonatas, quatro Baladas, rapsódias, valsas, caprichos, intermédios, fantasias, estudos, variações sobre temas de Paganini, Schumann, Haendel e outros. A este conjunto há que acrescentar diversas peças para órgão e para coro, vinte duetos e uns duzentos "lieder".
A influência de Beethoven sobre Brahms é direta e patente, sobretudo nos quartetos de corda e na primeira sinfonia, não pode dizer-se que a obra deste último é uma continuação da daquele. Melhor dizendo, Brahms representa uma reação pós-romântica que regressa às raízes do Renascimento e do Barroco. Os seus modelos são preferentemente Bach, Haendel e os polifonistas do século xvi. As composições de Brahms, que aos seus contemporâneos podem parecer reacionárias, apresentam uma surpreendente harmonia entre o classicismo da forma e o "pathos" romântico.
No seu trabalho como compositor cabe distinguir três tonalidades diferentes. A primeira é uma vertente intimista, particularmente transparente na música para piano e nos "lieder". A segunda tonalidade é o popular, presente também em certos "lieder", nas danças húngaras, nos scherzi das sinfonias, etc. E a terceira é o regresso à tradição luterana que se aprecia no Requiem Alemão, nas obras para coro e orquestra e outras. Em linhas gerais, a música de Brahms caracteriza-se pelo seu carácter melancólico, pela tensão concentrada, pela aspereza e obscuridade do colorido, pelos ritmos sincopados e pela extraordinária riqueza temática. Nas suas obras para orquestra há uma mistura perturbadora de tensão contida e de paixão exaltante, de severidade clássica e de fugazes momentos de fervor lírico. Todos estes elementos ficam enquadrados por um sentido da forma que nem sempre se percebe nas primeiras audições.
Brahms cultiva, com exceção da ópera (o fenómeno teatral é-lhe sempre alheio), absolutamente todos os géneros musicais. Entre as suas obras para orquestra destacam-se as quatro Sinfonias, Variações sobre Um Tema de Haydn, Concerto para Violino, Duplo Concerto para Violino e Violoncelo, etc. Obras para orquestra e coro são o Requiem Alemão, Rinaldo e O Canto das Parcas (estas duas últimas obras com texto de Goethe), Canção do Destino (com texto de Hölderlin), Nanie (com texto de Schiller), etc. No campo da música de câmara sobressaem os dois Sextetos de Corda, quatro Quintetos (entre eles, um para piano e outro para clarinete), três Quartetos de Corda, três Quartetos para Piano, quatro Trios para Piano, duas Sonatas para Violoncelo, três Sonatas para Violino e duas Sonatas para Clarinete. Finalmente, entre as composições para piano há que citar três Sonatas, quatro Baladas, rapsódias, valsas, caprichos, intermédios, fantasias, estudos, variações sobre temas de Paganini, Schumann, Haendel e outros. A este conjunto há que acrescentar diversas peças para órgão e para coro, vinte duetos e uns duzentos "lieder".
Para quem possuir qualquer curiosidade, eis um hiperlink trazendo alguns trechos das "Danças Húngaras", mediante formato MIDI.
http://www.virtualsheetmusic.com/score/HungarianPf1.html
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